
Carlos Paredes carregava nas mãos o peso dos sentimentos e libertava-os nas cordas. Nunca ninguém se exprimiu tão bem sem palavras. Por nós também: somos um bocadinho daquela guitarra; o som que ouvimos é a nossa voz.
«Já me tem sucedido fazer as pessoas chorar enquanto eu toco... E eu não compreendia isto, mas depois percebi que é a sonoridade da guitarra, mais do que a música que se toca ou como se toca, que emociona as pessoas.»
(em entrevista ao jornal Público, 1990)
E a guitarra é Carlos Paredes.
2 comentários:
e ouvi-la pelos dedos dele é acordar em frente à sé velha e perder o rumo pelas ruas estreitas da alta, entre o penedo da saudade, o jardim botânico guardado pelos velhos arcos, o mondego e a sua mata, tantas vezes cantada, beber o silêncio da quinta das lágrimas... -porque chorava inês, se a guitarra ainda não cantava?
ouvi-la é voltar a casa.
Exactamente. É voltar a casa.
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