31 de janeiro de 2008

30 de janeiro de 2008

pinhas no terraço (ou...


... quando é que saímos de casa e fotografamos o mundo?)

29 de janeiro de 2008

28 de janeiro de 2008

tia(go)

O feliz anúncio chegou pelo pai: nasceu às 19h30.
"Correu muito bem, todos os partos deviam ser assim", disse-me a mãe, num tom de voz cansado mas deliciado.

Segundo a mãe, sou tia de um Tiago com algum cabelito, de testa curta e olhos rasgados; parecido com a mana na mesma idade.

A mana irá conhecê-lo amanhã. Já eu... terei que esperar por sábado... :(
Por enquanto, contento-me por lhe ter ouvido o choro!

Parabéns à família!

Through tHe brOken MIrror*


*para os fãs de Radiohead

27 de janeiro de 2008

duarte: 5 meses


Há 10 dias completou 5 meses.

Gosta de estar em pé e tem força nas pernas para o fazer!
Já ocupa o seu tempo a ler livros mas não lê qualquer um: vai escolhê-los à prateleira :)
Vai tão bem encaminhado da arte da leitura que ao ler o seu nome na porta do quarto desconfia que há algo errado...


Continua um encanto de menino, simpático e muito sorridente. Só um senão: segundo o mano velho, estraga muitos brinquedos lá em casa!

as velhas pesquisas bibliográficas



as novas "pesquisas" bibliográficas


Hoje, no Público, uma reportagem sobre o meu pesadelo das últimas duas semanas: o plágio, o copia-e-cola praticado pela generalidade dos alunos. Textos com ou sem referência à legítima fonte de onde foram retirados, muitas vezes, integralmente copiados. Da Wikipédia, de sites avulso ou mesmo de relatórios de alunos do secundário que se encontram disponíveis em vários sites.
Leio vezes sem conta as mesmas frases, corrijo vezes sem conta os mesmo erros...
E questiono-me sobre o porquê disto. Será que estes alunos não percebem que se eles encontram facilmente estes textos, os outros colegas também o farão? E que depois o professor, por muito despreocupado que seja, irá ler o mesmo em dois, três, ...dez relatórios?!

"Aquilo na Wikipédia está tudo tão bem escrito que não vale a pena nós mudarmos nada"
, diz uma das alunas ouvidas pelos jornalistas do Público.
- Não está, menina, não está. Na maioria dos casos, está escrito em português do Brasil. Noutros casos, tem erros. Mais ou menos graves, mas erros!

E os trabalhos repetem-se. Copiados de um só site, copiados de vários sites e colados ao bom estilho de uma manta de retalhos (conto os dias para voltar a ele e fazer mais!).
Por vezes, a falta de rigor leva-me a relatórios de experiências que não realizámos. Outras, a conclusões que não condizem com o que se testou.

Há de tudo. Com um denominador comum: copiados.

Duas semanas... Há duas semanas que grande parte dos meus dias são passados nesta caça ao plágio e ao copia-e-cola (porque, enfim, há alunos que referem o site de onde copiaram -integralmente- os textos dos seus trabalhos...).
Com tendência para continuar...

26 de janeiro de 2008

no smoking concert


Ela também foi vê-los.
(mais, em breve)

24 de janeiro de 2008

23 de janeiro de 2008

animais nossos amigos


"O cão,
que faz - ão, ão, ão,
é bom amigo como os que o são!"

Se tivesse um glossário para a minha infância, haveria com certeza uma entrada para os animais das histórias, dos livros. E se fizesse um glossário para hoje, talvez a entrada fosse em terapia... É que sabe mesmo bem descansar os olhos nestas páginas. Porque fazem a ponte para um reino mágico, porque estão bem escritas.

Não sei como são as edições actuais, sei que fico feliz por ter estas.
Olhando para a capa dos "Bichos", prometo-me que da próxima vez que encontrar tipos à venda, não lhes resisto! (e farei também lindos cenários ;)




Deixo uma pergunta: há algum motivo para que o corvo de Torga e este de Aquilino tenham o mesmo nome, Vicente?

um ano, doze livros - janeiro


As ilustrações são sempre da Maria Keil. Os livros são de vários autores. Reuniram-se num calendário da APCC, que recebi no Natal. A minha menina já me adivinha os desejos!

Uma sugestão de leitura por mês? Este (ainda) não tenho.

lock/unlock

22 de janeiro de 2008

guitarra*
















*através do tubo de raios catódicos

26 ways to die






















A is for Amy who fell down the stairs.
B is for Basil assaulted by bears.
C is for Clara who wasted away.
D is for Desmond thrown out of a sleigh.
E is for Ernest who choked on a peach.
F is for Fanny sucked dry by a leech.
G is for George smothered under a rug.
H is for Hector done in by a thug.
I is for Ida who drowned in a lake.
J is for James who took lye by mistake.
K is for Kate who was struck with an axe.
L is for Leo who swallowed some tacks.
M is for Maud who was swept out to sea.
N is for Neville who died of ennui.
O is for Olive run through with an awl.
P is for Prue trampled flat in a brawl.
Q is for Quentin who sank on a mire.
R is for Rhoda consumed by a fire.
S is for Susan who perished of fits.
T is for Titus who flew into bits.
U is for Uma who slipped down a drain.
V is for Victor squashed under a train.
W is for Winnie embedded in ice.
X is for Xerxes devoured by mice.
Y is for Yorick whose head was knocked in.
Z is for Zillah who drank too much gin.

Edward Gorey
The Gashlycrumb Tinies (1963)

21 de janeiro de 2008

20 de janeiro de 2008

19 de janeiro de 2008

o pão nosso


(painel no edifício dos Albergues Nocturnos do Porto da Rua dos Mártires da Liberdade)

18 de janeiro de 2008

17 de janeiro de 2008

que olhos tão grandes...


... tem o nosso hóspede checo!

she's crazy like a fool

Hoje deu-me para isto.

1976. Os Boney M., criados por Frank Farian (mais tarde responsável pelos Milli Vanilli, a maior fraude da história da música), eram um grupo particular que se viria a tornar um dos maiores fenómenos europeus dos anos 70. Faziam parte da banda Liz Mitchell, Marcia Barrett, Maizie Williams e Bobby Farrell. Apesar de todos cantarem nos espectáculos ao vivo (será?), nas gravações as vozes eram de Liz, Marcia e do próprio Frank que fazia a voz masculina e algumas femininas (é a magia do estúdio...). Bobby, a personagem mais forte do grupo, apenas foi autorizado a participar nas gravações mais tarde, nos anos oitenta. É deles o extraordinário Daddy Cool. O Eurodisco pisto-dance ainda vive!



Impagável era a peformance ao vivo:



Claro que uma música, repito, tão extraordinária tinha de ser revisitada. Não são muitas as versões mas recentemente os Placebo não resistiram:



Para completar o ramalhete deixo o poema, também ele extraordinário:

She's crazy like a fool.
What about it Daddy Cool?

She's crazy like a fool.
What about it Daddy Cool?
I'm crazy like a fool.
What about it Daddy Cool?

Daddy, Daddy Cool
Daddy, Daddy Cool
Daddy, Daddy Cool
Daddy, Daddy Cool

She's crazy like a fool.
What about it Daddy Cool?
I'm crazy like a fool.
What about it Daddy Cool?

Daddy, Daddy Cool
Daddy, Daddy Cool
Daddy, Daddy Cool
Daddy, Daddy Cool

She's crazy about her Daddy.
Oh, she believes in him.
She loves her Daddy.

She's crazy like a fool.
What about it Daddy Cool?
I'm crazy like a fool.
What about it Daddy Cool?

Daddy, Daddy Cool
Daddy, Daddy Cool
Daddy, Daddy Cool
Daddy, Daddy Cool

Resta-me sossegar os espíritos mais inquietos referindo que sim, é verdade, eles ainda existem! Não na forma original mas andam por aí!

16 de janeiro de 2008

15 de janeiro de 2008

uma trindade humana


Uma nossa, não dele.

14 de janeiro de 2008

desalento

13 de janeiro de 2008

no gelo

percepção*















Enki Bilal




*Tomada de conhecimento sensorial de objectos ou de acontecimentos exteriores.

12 de janeiro de 2008

a noiva do homem-cavalo

Her beauty was as a dream, was as a song; the one dream of a lifetime dreamed on enchanted dews, the one song sung to some city by a deathless bird blown far from his native coasts by storm in Paradise. Dawn after dawn on mountains of romance or twilight after twilight could never equal her beauty; all the glow-worms had not the secret among them nor all the stars of night; poets had never sung it nor evening guessed its meaning; the morning envied it, it was hidden from lovers.

Lord Dunsany
excerto de The Bride of the Man-Horse em The Book of Wonder (1912).


Este livro de contos foi publicado em português pela Saída de Emergência em 2007 com o título O Livro do Deslumbramento (complila o The Book of Wonder e o The Last Book of Wonder). Infelizmente parece-me que a tradução não é das melhores. Fica então aqui a minha tentativa:

A sua beleza era como um sonho, era como uma canção; o sonho de uma vida sonhado em orvalhos encantados, a canção cantada a alguma cidade por uma ave que não morre soprada para longe da sua costa natal por tempestade no Paraíso. Aurora após aurora, em montanhas de romance, ou crepúsculo após crepúsculo jamais poderiam igualar a sua beleza; todos os pirilampos desconheciam o segredo, assim como as estrelas da noite; nunca os poetas a tinham cantado nem a noite adivinhado o seu significado; a manhã invejava-a, estava escondida dos amantes.

nuestros hermanos ya pueden cantar

Os nossos vizinhos já podem deixar de cantar o hino (que era puramente instrumental) com letras subterrâneas. A que me ensinaram (muchas gracias Eugénia) reza assim:

Franco, Franco
tiene el culo blanco
porque su mujer
lo lava con Ariel.
Burro, zopenco,
cabestro, animal
que para saludar
tiene que rebuznar.

Agora acabou-se a brincadeira. Com uma letra extrememente elaborada, escolhida entre mais de 2000 propostas a concurso, o hino espanhol ensina-nos (entre muitas outras coisas) que o céu é azul, os vales são verdes e o mar é imenso. Um tratado poético portanto:

¡Viva España!
Cantemos todos juntos
con distinta voz
y un solo corazón.

¡Viva España!
Desde los verdes valles
al inmenso mar,
un himno de hermandad.

Ama a la Patria
pues sabe abrazar,
bajo su cielo azul,
pueblos en libertad.

Gloria a los hijos
que a la Historia dan
justicia y grandeza
democracia y paz.

Paulino Cubero

ask for more

11 de janeiro de 2008

porto antigo


Rua da Alegria, 29 de Dezembro de 2007

10 de janeiro de 2008

9 de janeiro de 2008

o meu portugal*


What makes Portugal unique? The friendly and trusting people. The warm weather that makes clear blue skies with shining sun. The golden rocks in Southern Atlantic beaches. The luminous green in the landscape. The sheep cheese from Serra da Estrela. The bread from Alentejo. The soft wine from Douro. The fresh wine from Minho. The 1001 proverbs for each situation. The sound of the street sharpeners and the food market sellers. The traditions. The music. The poetry. The colourful folk art. The clothes drying outdoors. The glazed tiles in the walls and the red clay tiles in the roofs. Spending Christmas Eve by the fireplace in the mountains. The nostalgic feeling called 'saudade'. The smile of my child and the way she always dances, wherever she is.


*um dos primeiros postais que cruzei, rumo a França. Um desafio que deu muito gozo.

caleidoscópio



(outro)

janela aberta para dentro


um dia volto. para te contar o que fiz. tudo o que vi. houve dias com chuva. noutros, o sol brilhou durante vários minutos. conto-te dos momentos que ficaram coloridos. das roupas que nunca chegaram a secar.
encontrei esquinas e becos e ruas compridas. nunca tinham destino. não pensei parar. talvez complete o círculo.
depois volto.
e conto-te tudo.

construção




8 de janeiro de 2008

7 de janeiro de 2008

7 de janeiro


Ceci ne sont pas des pipes.

1, 3, 5 e 6 de janeiro


A aletria da avó Mónica.


Um cachecol acabado.


Visitando amigos.


Marionetas.

fotografário

Um projectinho: ilustrar cada dia de 2008 com uma fotografia.
Sem compromissos sérios.

tradições

Gosto bastante de tradições e ainda mais das nossas. São memórias que se perpetuam. Mas há limites que o bom-senso devia impor. Isto não se admite!

if we were shoes


Do muito que ficou por dizer de 2007, começo por algo mais antigo mas que só vi no ano passado: um filme surpreendente. Tão simples, tão abrangente, tão bonito.
Gostava de saber criar momentos como este.
Esta senhora tem qualquer coisa que nos cativa! (me too!)

E percorrendo a banda sonora, que bom foi reencontrar uma das músicas da minha adolescência.

Quantas músicas caberão na banda sonora de uma vida?

silicon man


O meu herói!
:)

6 de janeiro de 2008

as marionetas não morrem



Devemos amar o próximo ou então ter muito cuidado com o que comemos.

Lição aprendida.
"Boca de cena", mais uma belíssima produção do Teatro de Marionetas do Porto, em ano de aniversário e de retrospectivas.

Ainda no quinto de 366 dias que 2008 nos reserva, e já a fasquia vai tão alta...

Uma surpresa bem planeada, repleta de carinho.
Oh santinha..., foi lindo! Foi bom demais!!

o palco eterno



All the world is a stage,
And all the men and women merely players:
They have their exits and their entrances,
And one man in his time plays many parts,
His acts being seven ages.
At first the Infant,
Mewling and puking in the nurse’s arms:
Then the whining school-boy, with his satchel
And shining morning-face, creeping like snail
Unwillingly to school.
And then the Lover,
Sighing like furnace, with a woeful ballad
Made to his mistress’ eyebrow.
Then a Soldier,
Full of strange oaths, and bearded like the pard,
Jealous in honour, sudden, and quick in quarrel,
Seeking the bubble reputation,
Even in the cannon’s mouth.
And then the Justice,
In fair round belly with good capon lin’d,
With eye severe and beard of formal cut,
Full; of wise saws and modern instances;
And so he plays his part.
The sixth age shifts
Into the lean and slipper’s pantaloon,
With spectacles on nose and pouch on side;
His youthful hose, well sav’d, a world too wide
For his shrunk shank; and his big manly voice,
Turning again toward childish treble, pipes
And whistles in his sound.
Last scene of all,
That ends this strange eventful history,
Is second childishness, and mere oblivion,
Sans teeth, sans eyes, sans taste, sans everything.
(II.vii)

W. Shakespeare
The Seven Ages of Man
In As You Like It


O mundo é um palco; os homens e as mulheres,
Meros artistas, que entram nele e saem.
Muitos papéis cada um tem no seu tempo;
Sete actos, sete idades. Na primeira,
No braço da ama grita e baba o infante.
O escolar lamuriento, após, com a mala,
De rosto matinal, como serpente
Se arrasta para a escola, a contragosto,
O amante vem depois, fornalha acesa,
Celebrando em balada dorida
As sobrancelhas da mulher amada.
A seguir, estadeia-se o soldado,
Cheio de juras feitas sem propósito,
Com barba de leopardo, mui zeloso
Nos pontos de honra, a questionar sem causa,
Que a falaz glória busca
Até mesmo na boca dos canhões.
Segue-se o juiz, com o ventre bem forrado
De cevados capões, olhar severo,
Barba cuidada, impando de sentenças
E de casos de prática; desta arte
Seu papel representa.
A sexta idade
Em magras pantalomas tremelica,
Óculos no nariz, bolsa de lado,
Calças da mocidade bem poupadas,
Mundo amplo em demasia para pernas
Tão mirradas; a voz viril e forte,
Que ao falsete infantil voltou de novo,
Cicia e sopra ao cantar.
A última cena,
Remate desta história aventurosa,
É mero olvido, uma segunda infância,
Falha de vista, dentes, gosto e tudo.

Tradução de Carlos Alberto Nunes (tirada daqui)

5 de janeiro de 2008

tudo passa, até a uva passa

Foi no Domingo passado que passei
à casa onde vivia a Mariquinhas,
mas está tudo tão mudado
que não vi em nenhum lado
as tais janelas que tinham tabuinhas.
Do rés-do-chão ao telhado
não vi nada, nada, nada
que pudesse recordar-me a Mariquinhas,
e há um vidro pregado e azulado
onde havia as tabuinhas.

Entrei e onde era a sala agora está
à secretária um sujeito que é lingrinhas,
mas não vi colchas com barra
nem viola, nem guitarra,
nem espreitadelas furtivas das vizinhas.
O tempo cravou a garra
na alma daquela casa
onde às vezes petiscavamos sardinhas
quando em noites de guitarra e de farra
estava alegre a Mariquinhas.

As janelas tão garridas que ficavam
com cortinados de chita às pintinhas
perderam de todo a graça
porque é hoje uma vidraça
com cercadura de lata às voltinhas.
E lá p´ra dentro quem passa
hoje é p´ra ir aos penhores
entregar ao usurário umas coisinhas,
pois chega a esta desgraça toda a graça
da casa da Mariquinhas.

P´ra terem feito da casa o que fizeram
melhor fora que a mandassem p´rás alminhas,
pois ser casa de penhores
o que foi viveiro d´amores
é ideia que não cabe cá nas minhas.
Recordações do calor
e das saudades. O gosto
que eu vou procurar esquecer
numas ginginhas,
pois dar de beber à dor é o melhor,
já dizia a Mariquinhas.

Vou dar de beber à dor
de Alberto Janes, na voz de Amália (clicar na foto)

4 de janeiro de 2008

celebrar o sol


Em tempos remotos, o pôr-do-sol era visto com alarme por aqueles que não compreendiam a natureza irrevogável do movimento do astro. De cada vez havia o receio de que, daquela vez, o Sol se escondesse definitivamente e acabasse por desaparecer. Por isso, a chegada do solstício de Inverno, quando o Sol começava de novo a deslocar-se para norte, era um momento de alívio e de festa. A nossa quadra natalícia, entre o Natal e o Ano Novo, é ainda um vestígio dessas celebrações.

In Isaac Asimov. Guia da Terra e do Espaço. Campos das Letras, 1995
(contribuição de Cassiopeia Bang, o meu alter-ego astrónomo)

E logo encerraremos as celebrações com mais um grandioso jantar da ilustre bolha!

excertos de um jantar



Acabar 2007 em tons de azul. Mistura de cores.
Come-se muito por estes dias. Come-se muito bem.
Pouca gente, muita conversa, boa companhia, ambiente de festa.
Há noites que se querem animadas.