8 de maio de 2007

o anti-progresso



















Era a primeira vez que saía de Portugal. "A vida aqui é que é", dizia-lhe o primo João. Era com ele que ia trabalhar. Ouvira dizer que o patrão era um tipo simpático que até nem explorava muito a mão de obra que trazia de Portugal. Só não pagava as horas extraordinárias, que obrigava a fazer, nem subsídio de refeição. Ah, e o salário era metade do mínimo em França, mas ainda assim bastante melhor do que poderia algum dia obter em Portugal. Mas seria o melhor momento para partir? Em Portugal a ditadura estava moribunda e a pressão social já se fazia notar. Diziam que tudo ia melhorar em breve mas não se podia falar muito nisso. E seria a França o melhor país para viver? "Pensava que a tendência natural da sociedade é sempre o progresso." O recém eleito presidente francês, Nicolas Sarkozy, metia-lhe medo. Ainda por cima tinha-o visto na televisão ao lado de um meco de estrada e não conseguiu distinguir muito bem os dois. Aliás, o discurso do meco de estrada foi bem mais cativante. Talvez porque a camisola às riscas vermelhas e brancas o fez pensar no seu Benfica. O futuro não parecia nada risonho...

1 comentário:

Anónimo disse...

Ninguem pára o Benfica, Ninguem pára o Benfica. Olé.

Ok. Exceptos gajos da RTPi, esses pararam o Benfica quando a Naval marcou golo. Haviam de os enfiar no tunel do Speedy. C***** da M****