dos relógios e do outono

O meu tempo vai passando longe daqui.

O Duarte cresce de dia para dia, cada vez mais bonito. Da semana passada, roubei-lhe longos minutos de sono, bocejos, espreguiçadelas, sorrisos. Guardei tudo, porque eles mudam depressa demais! A Adriana regressou ao colégio. E anda fascinada com os cools.

A minha menina voltou a dançar. Depois de algumas semanas de ansiedade, o diagnóstico ficou-se pelo início: Osgood-Schlatter. Sem tratamento, sem gravidade. Quando parar de crescer (e o tecido cartilagíneo deixa adivinhar uns 3 a 4 anos de crescimento à frente dela), param as dores, acaba-se a doença. Ontem disse-me que, tornando-se bailarina profissional, me levava nas suas digressões para lhe cozinhar as minhas misturas!
... E é verdade, tenho cozinhado muitas misturas!

Este ano iniciámos o ano lectivo juntas. Ela aprende, eu ensino. E aprendo, porque o que me deram para ensinar já eu não aprendo há mais de uma década!



Os primeiros sinais. Na semana passada senti vontade de calçar umas meias. Esta semana já só uso mangas compridas. Na Rotunda da Boavista vendem-se castanhas. O frio está a chegar...
Aproveitando um passeio curto pela Rua de Santa Catarina, comprei lã. Dois anos depois, volto às agulhas. Vou tricotar três meadas, fazer um cachecol maior que eu!
O único que fiz assim grande, foi cobiçado. E oferecido a quem o cobiçou.

O Outono já se instalou, já trouxe novidades. Levou-nos um sorriso largo, a mais contagiante das gargalhadas. E trouxe-nos uma menina linda, mais um motivo para ir a Lisboa.

Do resto... continuo a deixar para amanhã o que podia fazer hoje.

E agora é hora de dar aula.