Vou-te dizer do que me lembro da nossa infância.
Lembro-me dos diálogos pungentes.
eu- Mas...
tu- Não! Não digas mas!
(...)
E dos duetos emocionados.
- Diz lá, meu amor, diz lá!
- Lálálálálá!
(...)
Das tardes deitadas na cama da avó a escolher modelos nas Burdas. Um 'x' para ti, um círculo para mim. Ainda existem algumas dessas revistas, sabias?
E das animadas leituras do consultório sentimental (sexual?) da Maria.
Daquele famoso teatro do andar-até-à-porta-a-bater-com-os-pés-com-força-no-chão-para-fazer-de-conta-que-estamos-a-ir-para-o-colégio-mas-vamos-mesmo-é-ficar-a-brincar-sozinhas.
Das construções com molas da roupa, chapéus-de-chuva, panos e sofás.
Do jogo de contar carros pelas cores, à janela do quarto-de-brincar.
De lamber bom-bocas e pirâmides de chantilly cor-de-rosa.
Dos strumpfs (tinhas tantos!).
De te fazer rir para redescobrir a enorme variedade dos teus risos.
Dos episódios decorados do Tal Canal.
De partilhar a lida doméstica na nossa casinha no galinheiro transformado.
De...
Andamos nisto há muitos anos!
Parabéns por mais um! :)